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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Carta aos desavisados

Barrados pela direção: Reunião do grêmio da EEX-II do lado de fora, nas escadarias.

O ensino público é gratúito? A quem pertence “nossa” escola? Essas perguntas, por mais que                                tenham respostas óbvias, permeiam a mente de milhares de estudantes pelo Brasil.
            Certamente  Anísio Teixeira, considerado o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira no século 20, e pioneiro na idéia e implantação de escolas públicas, ficaria assombrado com o descaso na administração da educação pública e com o despreparo, sem generalizar, das pessoas que tem a missão de gerir as diversas escolas espalhadas nesse Brasil continental, que são os diretores das escolas federais, estaduais e municipais.
            Muitos diretores põem à tona seus egos narcisistas, mas principalmente, a vontade de tornar o bem público um bem particular, achando que têm o direito de privatizar o ensino público, ultrapassando normas e leis, as quais afirmam que a escola é direito de todos, que o bem público é para o público, e o público alvo sem dúvida é o estudante.
            Hoje, a palavra democracia, apesar de bastante usada, passa a surtir como piada aos olhos daqueles que realmente procuram-na, devido ao desdém dos diretores das escolas, que pronunciam esta palavra entusiasmados, contudo, empregam-na apenas quando em benefício próprio.
            De acordo com a lei 7.398, de 04 de novembro de 1985, e o artigo 53 da Lei 8.069, de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que prevê o direito da criança e do adolescente à livre organização e participação em entidades estudantis, estes, os estudantes, tem pleno direito de mobilizarem-se quanto organização representativa da classe, e cabe a direção, políticamente dizendo, viabilizar a gestão dos grêmios estudantís, abrindo suas portas e mantendo o bom diálogo entre as partes, e criar mecanismos de interação com a gestão escolar, afinal, se todos compreenderem que somos os fiéis empregadores e financiadores do serviço público, a minoria, que são os detentores do poder, é que tem a obrigação de zelar pela prestação dos serviços, dos nossos anseios.
            Apesar de tentarem impor a ditadura do ensino de má qualidade e da desarticulação dos movimentos estudantís, temos que exigir o cumprimento das leis e o entendimento de que a qualidade do ensino e o espaço escolar é direito dos estudantes, e ninguém....ninguém, em sã consciência, deve privar-nos de nossos direitos. E somente nós, quanto estudantes engajados na melhoria da escola, é que devemos arregaçar as mangas e mostrar que como maioria, e com o poder da impremsa sempre ao nosso dispor, é que temos a força de desarticular qualquer direção de escola, ou seja, não temos o direito de abaixar a cabeça diante da opressão à nossa classe.
           
Piranhas, 06 de dezembro de 2011
  
                  
Marcio Santos, membro da Comissão Pró-Grêmio da
EEX-II, COOPEX e CEMED
           

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